Friday, 16 March 2007

Gaivotas barulhentas e cão assado

Sexta-feira, dia 16 de Março

As Gaivotas têm um pacto, hão de conseguir estar pelo menos três vezes por semana em cima da chaminé direita do Hodgkinhouse, entre Janeiro e Junho de 2007, e hão de ensaiar para o terceiro Seagulls Search for Superstars, rindo a bandeiras despregadas entre as actuações, enquanto esvoaçam à frente da janela nº314. Esta parte é muito importante, tem que ser essa janela, senão não conta pró curriculum gaivotae. No outro dia faltaram duas, que estavam roucas, e vieram reforços de Liverpool, para que eu pudesse disfrutar da minha dose diária de Wuáháháhágrbl- Háwuuuáháhá-screeetch-huá, *cocó*, há-há. Acho que prefiro os outros três dias em que os melros cantam, e até a quinta-feira, que é dia de virem despejar o vidrão, e juro que o sujeito que o faz é sádico, pois às oito horas da matina diverte-se, sorrindo maliciosamente, imagino, a deixar caír cada garrafa duas vezes, no mínimo, para dentro do contentor.

A anedota do dia é que o Calvin aparentemente foi pedir à Pam para ser re-enquartado enquanto o Filipe cá estivesse, pois fazemos muito barulho...eu nem sei se hei-de rir, se hei-de ficar chateada com ele, mas verdade é que toda a gente sabe que ele é a pessoa mais barulhenta de toda a casa! Pessoas mudaram de quarto por causa dele! Eu acordo ao som das cantorias dele todos os dias, quando não está a falar, perdão: a gritar ao telefone. É o cúmulo. E acho que teve uma bruta de uma briga com o Luigi, ontem, a Camila, que estava aqui na sala de convívio à espera que eu acabasse de jantar, ouviu-o barafustar que o italiano era um “SELFISH BASTARD” cerca de 100 vezes. Ele repete tudo no mínimo três vezes, quando lhe sobe o mau feitío então, parece um boneco a pilhas maluco, em loop infinito. Possívelmente terá razão quanto ao que diz, mas acho que não é aos gritando à mais pequena coisa que se resolvem problemas.

Ah, e tenho mais umas curiosidades culinárias para contar: estavamos no outro dia a falar sobre comer carne de porco ou não, uma vez que os muçulmanos não a comem, e disso passámos para comer polvo – que para algumas pessoas foi como dizer que comia alforreca com manteiga de amendoim, ficaram enojados, - para comer cão. E tanbém temos cá um que come, o Trung, um vietnamita que trabalha no Domino’s e traz sempre pizzas excelentes para o pessoal. Mais curioso que isso é o facto de que isso nem por isso o impede de ter um cão, um chihuahua, salvo erro, como animal de estimação. Bom, mas nós na realidade também temos coelhos como animais de estimação, e nem por isso deixamos de comê-los...na realidade, onde está a diferença?

Outra coisa foi uma especialidade que conheci, mas que prefiro nunca mais ver, aliás, cheirar, na vida! Entrei na cozinha, onde se encontrei o Mohammed, desesperado e de nariz torcido, a abrir todas as janelas para se livrar do cheiro a animais mortos e podres que era nauseabundo...procurámos por todo o lado pelo rato morto que supunhamos entalado no aquecimento, ou qualquer coisa assim, até sermos elucidados por uns chineses de que se tratava do cheiro a shrimp sauce, molho de camarão que tal como o molho de peixe que usam em tudo, e feito a partir de coisas mortas e fermentadas. Não sei como não se morre, comendo se aquilo, mas que nunca mais me venhm com a conversa do bacalhau que cheira mal! Nem certos queijos se aproximam daquilo, é mesmo exepcionalmente fétido.

E já que falámos de ratos, no outro dia ri-me tanto do Imran, estavamos a falar de qualquer coisa e eu de repente perguntei-lhe se ja alguma vez tinham tido ratos em casa dele (eu já tive, foi bastante cómico para os gatos, que passaram a ter carta livre dentro da cozinha, mas não para a minha mãe, que andava danada com as coisas que apareciam roídas) e ele faz me uma cara de grande espanto, e responde: “O que queres dizer, se já tivemos?” (eu pensei: chiça, nem no Paquistão, que vergonha, o que eu fiu dizer, há de pensar que sou alguma cigana) .... “Temo-los sempre!”...

Na Quarta-feira fiu jogar Volley, com a Camila e ela deslocou logo o dedo, só eu é que nunca me aleijo, deve ser a fibra alentejana, vaso ruim não quebra...Foi muito divertido. Para a semana vamos outra vez, a equipa é lá dotrabalho dela, um restaurante português chamado Nando’s, logo eram quase tudo brasucas, e também vamos começar a ir ao ginásio, atrasou-se tudo um pouco, pois houve um problema com o sprtspass dela, que nos obrigou a ir falar com o director do Sportscentre, muito charmosamente, para que ele fizesse uma excepção para ela, pedido ao qual ele obviamente não resistiu.

També, ainda vimos um concerto de um grupo de metais (acho que é assim que se diz, tubas, trompetes, saxofones, trombones, cornetas...) chamado os horns stars, ou será que era horny stars?, espero que não. Bom, vou drumiiiiir, que amanha vou a Oxford e preciso de estar fresca, nem que seja para conseguir fixar as coisas, para vos contar como foi!

1 comment:

Guilherme F said...

Realmente essa história de comer cão ou gato ou whatever é puramente cultural, é carne na mesma! É como aquela história 'ah e tal nos restaurantes chineses comes cão, que nojo!' se realmente é o que lá comemos, é bom, eu pelo menos adoro comida chinesa seja o que for que lá se coma. E gaivotas tenho uma história parecida, na ilha La Toxa na Galiza, tavamos a andar de barco e podiamos dar mexilhões às gaivotas.. ora o bom do Gui (na altura com 11 ou 12 anos) meteu-se 'pita pita pitaaaa!' a chamar as ditas cujas.. o giro foi quando passou uma e resolveu aliviar a tripa mesmo por cima de nós.. eramos 3 pessoas cheias de merda da mesma gaivota, incrivel! E essa história dos ratos na tua cozinha imagino, aquela rebanhada de gatos deve-se ter deliciado :P